Inspiração Musical.

Posted by Xuh | Posted on 21:03

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É impressionante como a música pode incentivar as pessoas. Ela pode conciliá-las a fazer o bem, tanto quanto pode instigá-las a cometer atos insanos e impiedosos. Como se fosse um catalisador de sentimentos, funcionando a seu favor ou contra sua vontade. Dois lados de uma moeda cujas faces são distintas, mas sua origem é a mesma.
Você pode usar a música para se distrair, isso é teoricamente normal e todos o fazem. Porém você pode utilizá-la de um modo que aumente a sua capacidade de raciocínio, ou amplie seus limites físicos através da liberação de adrenalina.

De Tchaikovsky ao new metal, música e guerra andam lado a lado.


Canções pacifistas já fazem parte do cânone da música pop – o que seria da carreira de Bob Dylan sem “Blowin’ in the wind” ou da fase solo de John Lennon sem “Give peace a chance”? Mas o pesquisador norte-americano Jonathan Pieslak preferiu enxergar o que acontece com a música quando o pacifismo falha: ele entrevistou uma série de soldados que serviram na Guerra do Iraque a respeito de suas preferências musicais para o livro “Sound targets”.
Música e guerra também andam lado a lado – desde que tambores e cornetas começaram a ser utilizados, ainda na Antiguidade, nos campos de batalha, para orientar e motivar tropas. Na música clássica, um exemplo é a “Abertura 1812”, do compositor russo Pyotr Ilych Tchaikovsky. A obra foi escrita como comemoração da resistência das tropas russas à invasão napoleônica, e a partitura incluía 16 tiros de canhão entre os instrumentos.
Mais moderno e ficcional é o uso em guerras de outra peça clássica – a abertura de “A cavalgada das Valquírias”, do compositor romântico Richard Wagner. Em uma cena do filme
“Apocalypse now”, do diretor Francis Ford Copolla, um regimento de helicópteros usa a música do alemão como trilha sonora para uma incursão no Vietnã.

No filme Blade Trinity, Abigail usa como “extensor de concentração” um Ipod, tendo uma Playlist( lista de músicas) que a ajuda no combate, aumentando seus sentidos e reflexos.

A “1812 Overture”( Abertura 1812), também foi utilizada no filme V for Vendetta( V de Vingança), em sua última parte da música onde começam os tiros, idealizando um momento de revolução que o protagonista buscava conseguir, portanto todas as vezes que executava seu plano-mestre essa música estava ao fundo. E ao mesmo tempo, essa sinfonia funcionava como uma forma de recrutamento para aqueles que viram as explosões e ouviram a música tocando em conjunto com o som da vitória, pois conseqüentemente estavam derrubando uma Sociedade Ditatorial.




V for Vendetta – Melhores partes.

Metal.

Mas não é só a música clássica que tem a sua vez na guerra. Os relatos colhidos por Pieslak mostram que os soldados ouvem rap (especialmente gêneros como o gangsta) e muito metal. Um militar chegou a dizer que gostava de Slayer “porque o som me lembra uma metralhadora”.
O Slayer chegou mesmo a usar o tema guerra em mais de uma música – como nas faixas “Ghosts of war” (“Fantasmas da guerra”) e “War ensemble” (“Agrupamento de guerra”), ou em “Angel of death’, cuja letra fala sobre o médico nazista Josef Mengele. Mas o tema não fica restrito ao Slayer.

O Motörhead tem o clássico “Bomber”, falando sobre bombardeios aéreos na Segunda Guerra Mundial. O Iron Maiden também fala sobre guerra no ar em “Aces high”, e sobre a Guerra da Criméia em “The trooper” - muitas vezes abordando o aspecto trágico dos conflitos. Os pioneiros do black metal Venom chegaram a usar cintos carregados com balas de fuzil – vestimenta repetida por diversos artistas de metal até hoje.

A conexão com a guerra segue até o nü metal – Pieslak diz que “Bodies”, do Drowning Pool, é uma das músicas mais citadas pelos soldados norte-americanos, graças ao seu refrão que diz “let the bodies hit the floor” (“Deixe os corpos caírem no chão”).

A canção foi citada por um soldado no documentário "Fahrenheit 11 de Setembro" como "a trilha mais adequada ao trabalho que viemos fazer aqui (no Iraque)". Curiosamente, a música foi uma das “banidas” pela rede de rádio norte-americana Clear Channel após os ataques de 11 de Setembro.

Por outro lado, o gênero está recheado de canções anti-bélicas, começando por “War pigs”, clássico do Black Sabbath, e passando por “One”, música do Metallica baseada no livro “Johnny ai à guerra”, de Dalton Trumbo e mesmo “Territory”, crítica indireta aos conflitos entre Israel e Palestina do Sepultura. A Guerra do Iraque encontrou seus maiores críticos no System of a Down, grupo de nü metal(segundo a crítica e a maioria dos fãs) formado por descendentes de armênios extremamente politizados.






Downing Pool-Bodies

System of a Down-B.Y.O.B.